Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Pelas minhas viagens, de aqui e de ali vou-me perdendo com a certeza de que no fim da linha me encontrarei. Para quem gosta de aventuras e enigmas pode perder-se e encontrar-se por aqui
Surpreendi-a esta tarde.
Encontro a porta aberta, o rádio a tocar kuduro numa estação popular e ao longe se ouvia um chiar de limpeza (talvez).
Fui à cozinha, abri o frigorífico, tirei o almoço (já passando da hora de almoço há boas horas), pousei o computador no sofá e ao pousar as chaves no móvel da sala o tilintar das mesmas chamou a sua atenção.
Veio a correr assustada... ufa era só eu!
Voltou aos seus afazeres.
Aproveitei esta chegada surpresa para meter a minha colher de tarefas não previstas.
Na cozinha percebi que no balaio, não muito colorido, nem muito grande, mas com o tamanho ideal para aquele cantinho em cima da pedra, onde coloco os sacos de chá e as cápsulas de café estavam os fósforos e o saca-rolhas. Dou então conta que os pacotes tinham algo estranho. A minha Gina vai enchendo o balaio, usando-o como depósito das coisas que ela não sabe onde colocar, mas em momento algum levanta as coisinhas ou o próprio balaio para limpar a zona onde ele fica.
Naquele lugarzinho foi-se criando o caruncho, por baixo do balaio, de fundo meio roxo, a querer caminhar para preto.
Distraída como é, a Gina também deixa, sempre que é dia de passar por casa, a luz da casa-de-banho acesa. A minha curiosidade, no entanto, chegava sempre depois da hora de saída dela, até hoje, dia em que lhe pergunto afinal por que motivo a luz fica sempre acesa.
É como se fosse o sinal: passei por cá.
Mas eu sei que passaste, deixo nem que seja um garfo por lavar e encontro-o lavado quando passas, por isso não entendo. Sendo a luz um bem que se paga, fez-me maior confusão.
"Gina, deixa sempre a luz acesa, porquê?"
"Porque sei que a senhora chega sempre tarde, já está escuro e assim pelo menos tem já a luz".
Ora, faz sentido!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.